Pelos vistos cabe-me a mim abrir hostilidades! Começo, assim sendo, por deixar a crónica que escrevi, no inicio do mês, para o Portal Viseu …
Ao iniciar, neste espaço, um contributo mensal que, por razões óbvias, se deverá cingir ao espectro regional, não deixarei, contudo, sempre que se justificar, ao panorama nacional fazer referência.
E é por esse, mesmo motivo, que não posso deixar de fazer, hoje, uma resenha da minha visão do país, para daí retirar os dividendos que vão ensombrando a nossa vida in loco.
Nunca, como hoje, o interior se revelou tão ditado ao abandono e, por isso, tão dependente do poder central. Políticas cada vez mais centralizadoras, autistas e desconhecedoras da realidade para isso contribuem, diariamente. Este é, aliás, um facto que, já todos conhecemos.
Dito isto, o que me assusta é que este é o País, que por razões de riqueza histórica me habituei a amar, é exactamente o mesmo País que vejo, actualmente, sucumbir às mãos de todos.
Senão reparemos.
Este é o país, em que o Primeiro Ministro prometeu em campanha criar 150.000 postos de trabalho e retirar da pobreza 300.000 idosos, mas o que vemos são empresas a despedir, todos os dias, centenas de trabalhadores. Depois, porque não há alternativa, em vez de se minorarem as dificuldades das empresas na contratação, ainda que a prazo, estas vêem-se penalizadas neste tipo de contratação através de uma maior carga contributiva.
Este é o País em que se prefere criar a linha do T.G.V. do que apoiar as pequenas e médias empresas, criadoras, essas sim, de riqueza e garante de milhares de postos de trabalho. Questiono-me para quê um T.G.V. se depois não temos pessoas e bens para circular e para exportar.
Este é o País que pretende tributar desenfreadamente os lucros das empresas amputando-lhes a possibilidade de crescimento.
Este é o País que teve a coragem de repetir estudos e discutir o projecto “Ota” quando, com este, tinham sido já gastos e colocados no lixo, só em estudos, 34 milhões dos bolsos dos contribuintes.
Neste seguimento, este é o País, que tem um Ministro que se refere à margem sul como um deserto, para justificar um aeroporto na Ota, mas é o mesmo ministro que faz parte de um governo que, afinal, pensa que essa mesma margem sul pode albergar um “ caso Freeport”.
Este é o País que fecha os olhos à aberrante e complexa criação legislativa não só penal, dizendo alguns que direccionada ao caso “Casa Pia”, como também, por exemplo ao processo de divórcio, equiparando a instituição que é o casamento a um mero contrato, cujo incumprimento, apesar de sem culpa, é depois, em sede de divórcio, sujeito a cálculos tão minuciosos quanto ridículos acerca do contributo diário de cada cônjuge. E porquê? Porque o legislador não se socorre de quem, diariamente, lida com as leis, de quem sente e vive o desconforto de, em plena “Barra de Tribunal”, olhar um cliente, um Juiz ou um Procurador e todos sabermos que, nada mais há a fazer do que aplicar uma lei que, pasme-se, mais uma vez foi criada nos corredores da Assembleia da República. Este é o País em que o Ministério da Justiça detém o poder de, se assim quiser, basta querer, ter acesso a qualquer processo em segredo de justiça, através do programa “ Citius”.
Porém, é o País que não estranha o Ministério Público ser humilhado, por não conseguir garantir que o segredo de justiça seja respeitado. Ao invés, vê a suas investigações delapidados por julgamentos em praça pública, esses sim interessantes para o Zé Povinho.
Mas este é, também, o mesmo país que assiste impávido e sereno ao encerramento, pelo governo, de postos médicos, garantindo que nesses locais não há utentes que justifiquem a sua manutenção, mas que depois se apressa a apoiar, ali, unidades de saúde privadas. Este é o País que tolera nascimentos em ambulâncias ao invés de maternidades para isso dotadas.
Este é País que aplaudiu o cartão único, mas que quando teve de o utilizar como cartão do utente, os hospitais não estavam dotados de mecanismos para o ler.
Não me conformo, também, com o facto deste País, através dos seus mais altos governantes, colocar em causa a educação de milhares de alunos, impondo uma avaliação desconcertante e desajustada aos professores, eles que são os formadores dos nossos futuros governantes.
Mas este é o mesmo País, que sabe e não reage, à utilização de criancinhas como figurantes, na campanha publicitária de um computador dito Português, mas, que na verdade de português apenas empresta o nome. Essas são as mesmas criancinhas que para o inicio dos telejornais se lhes promete o computador que têm em frente, mas que mal os holofotes se apagam deles são despojadas, para mais uma acção publicitária numa escolinha de outro concelho.
Este é País que assiste com cumplicidade, à dependência do poder local do aparelho partidário que há que alimentar. Que dizer quando a cor partidária preside a escolha de quadros quando a excelência e a capacidade intelectual de cada um é que deve presidir a essa escolha?
Este é o País que tem um Primeiro Ministro, e líder do PS, que tem como principal bandeira na moção ao congresso do seu partido o casamento homossexual, que prioridades…
Este é o País que quase trinta e cinco anos depois do 25 de Abril, fecha os olhos à tentativa de controlo de jornais e telejornais por parte do governo.
Por fim, e muito mais haveria a dizer, este é o País onde se acha normal um Primeiro Ministro dizer que a culpa do estado em que Portugal se encontra é da oposição enquanto governo, quando foi e é o seu partido que esteve e continua a estar na governação na ultima década, quase ininterruptamente.
Começa, pois, a ser tempo de sabermos quais as nossas prioridades. Sabermos aquilo que não queremos para o nosso País. Resta, então, alertar para uma consciência, não só, critica de todos mas, também para a criação de alternativas credíveis. Apelar, finalmente, para o que de bom é feito, salvaguardando exaltando a nossa consciência nacional.
Ao iniciar, neste espaço, um contributo mensal que, por razões óbvias, se deverá cingir ao espectro regional, não deixarei, contudo, sempre que se justificar, ao panorama nacional fazer referência.
E é por esse, mesmo motivo, que não posso deixar de fazer, hoje, uma resenha da minha visão do país, para daí retirar os dividendos que vão ensombrando a nossa vida in loco.
Nunca, como hoje, o interior se revelou tão ditado ao abandono e, por isso, tão dependente do poder central. Políticas cada vez mais centralizadoras, autistas e desconhecedoras da realidade para isso contribuem, diariamente. Este é, aliás, um facto que, já todos conhecemos.
Dito isto, o que me assusta é que este é o País, que por razões de riqueza histórica me habituei a amar, é exactamente o mesmo País que vejo, actualmente, sucumbir às mãos de todos.
Senão reparemos.
Este é o país, em que o Primeiro Ministro prometeu em campanha criar 150.000 postos de trabalho e retirar da pobreza 300.000 idosos, mas o que vemos são empresas a despedir, todos os dias, centenas de trabalhadores. Depois, porque não há alternativa, em vez de se minorarem as dificuldades das empresas na contratação, ainda que a prazo, estas vêem-se penalizadas neste tipo de contratação através de uma maior carga contributiva.
Este é o País em que se prefere criar a linha do T.G.V. do que apoiar as pequenas e médias empresas, criadoras, essas sim, de riqueza e garante de milhares de postos de trabalho. Questiono-me para quê um T.G.V. se depois não temos pessoas e bens para circular e para exportar.
Este é o País que pretende tributar desenfreadamente os lucros das empresas amputando-lhes a possibilidade de crescimento.
Este é o País que teve a coragem de repetir estudos e discutir o projecto “Ota” quando, com este, tinham sido já gastos e colocados no lixo, só em estudos, 34 milhões dos bolsos dos contribuintes.
Neste seguimento, este é o País, que tem um Ministro que se refere à margem sul como um deserto, para justificar um aeroporto na Ota, mas é o mesmo ministro que faz parte de um governo que, afinal, pensa que essa mesma margem sul pode albergar um “ caso Freeport”.
Este é o País que fecha os olhos à aberrante e complexa criação legislativa não só penal, dizendo alguns que direccionada ao caso “Casa Pia”, como também, por exemplo ao processo de divórcio, equiparando a instituição que é o casamento a um mero contrato, cujo incumprimento, apesar de sem culpa, é depois, em sede de divórcio, sujeito a cálculos tão minuciosos quanto ridículos acerca do contributo diário de cada cônjuge. E porquê? Porque o legislador não se socorre de quem, diariamente, lida com as leis, de quem sente e vive o desconforto de, em plena “Barra de Tribunal”, olhar um cliente, um Juiz ou um Procurador e todos sabermos que, nada mais há a fazer do que aplicar uma lei que, pasme-se, mais uma vez foi criada nos corredores da Assembleia da República. Este é o País em que o Ministério da Justiça detém o poder de, se assim quiser, basta querer, ter acesso a qualquer processo em segredo de justiça, através do programa “ Citius”.
Porém, é o País que não estranha o Ministério Público ser humilhado, por não conseguir garantir que o segredo de justiça seja respeitado. Ao invés, vê a suas investigações delapidados por julgamentos em praça pública, esses sim interessantes para o Zé Povinho.
Mas este é, também, o mesmo país que assiste impávido e sereno ao encerramento, pelo governo, de postos médicos, garantindo que nesses locais não há utentes que justifiquem a sua manutenção, mas que depois se apressa a apoiar, ali, unidades de saúde privadas. Este é o País que tolera nascimentos em ambulâncias ao invés de maternidades para isso dotadas.
Este é País que aplaudiu o cartão único, mas que quando teve de o utilizar como cartão do utente, os hospitais não estavam dotados de mecanismos para o ler.
Não me conformo, também, com o facto deste País, através dos seus mais altos governantes, colocar em causa a educação de milhares de alunos, impondo uma avaliação desconcertante e desajustada aos professores, eles que são os formadores dos nossos futuros governantes.
Mas este é o mesmo País, que sabe e não reage, à utilização de criancinhas como figurantes, na campanha publicitária de um computador dito Português, mas, que na verdade de português apenas empresta o nome. Essas são as mesmas criancinhas que para o inicio dos telejornais se lhes promete o computador que têm em frente, mas que mal os holofotes se apagam deles são despojadas, para mais uma acção publicitária numa escolinha de outro concelho.
Este é País que assiste com cumplicidade, à dependência do poder local do aparelho partidário que há que alimentar. Que dizer quando a cor partidária preside a escolha de quadros quando a excelência e a capacidade intelectual de cada um é que deve presidir a essa escolha?
Este é o País que tem um Primeiro Ministro, e líder do PS, que tem como principal bandeira na moção ao congresso do seu partido o casamento homossexual, que prioridades…
Este é o País que quase trinta e cinco anos depois do 25 de Abril, fecha os olhos à tentativa de controlo de jornais e telejornais por parte do governo.
Por fim, e muito mais haveria a dizer, este é o País onde se acha normal um Primeiro Ministro dizer que a culpa do estado em que Portugal se encontra é da oposição enquanto governo, quando foi e é o seu partido que esteve e continua a estar na governação na ultima década, quase ininterruptamente.
Começa, pois, a ser tempo de sabermos quais as nossas prioridades. Sabermos aquilo que não queremos para o nosso País. Resta, então, alertar para uma consciência, não só, critica de todos mas, também para a criação de alternativas credíveis. Apelar, finalmente, para o que de bom é feito, salvaguardando exaltando a nossa consciência nacional.
1 comentário:
Caro Pedro
Primeiro quero agradecer por teres aceite o convite para participar neste forum.
Segundo concordo plenamente contigo quando algo se passa de errado em Portugal,na medida em que todas as prioridades para o desenvolvimento estão erradas.
Parabéns pelo excelente post
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